Por que o Ocidente gosta de comer pão? O pão aparece em quase todas as suas refeições. Isso é muito diferente do Oriente, do nosso Vietnã, onde principalmente comemos arroz. Em qualquer refeição que não tenha arroz, sentimos que está faltando algo. Chamamos a refeição de refeição de arroz, independentemente de haver arroz ou não. Por que a Europa gosta de pão?

Primeiro é o motivo geográfico. A Europa está localizada em uma região temperada com invernos frios, verões frescos e terras que nem sempre estão alagadas. Aqui, trigo, cevada, aveia e centeio são as culturas comuns. Elas suportam o frio, não precisam de muita água e têm alta produtividade. O trigo é cultivado na Europa desde o período neolítico, há dezenas de milhares de anos. Os campos de trigo se estendem pela França, Alemanha e Ucrânia, tornando-se o berço do pão.

Por outro lado, como fica a planta de arroz que nos dá o grão? Ela precisa de um clima quente e úmido, solo fértil e um sistema de irrigação complexo para ser alagada no momento certo. Na Ásia, com planícies como a planície do rio Vermelho, a planície do rio Mekong e a planície do rio Yangtze, o cultivo de arroz é algo muito comum. Mas na Europa antiga, criar campos de arroz alagados era quase uma missão impossível. Imagine como seria cultivar arroz nas pastagens da Inglaterra ou da Alemanha. Portanto, o trigo prevaleceu e o pão se tornou o rei na mesa do Ocidente.

Na Europa, há uma área chamada cinturão de trigo que se estende da França, Alemanha até a Ucrânia. Este é um dos maiores produtores de trigo do mundo antigo, fornecendo farinha para milhões de pães todos os dias. Essa diferença geográfica moldou os hábitos alimentares das duas regiões. É verdade que a mãe natureza tem sua própria maneira de organizar as coisas. A geografia estabeleceu a base, mas a cultura é o que fez do pão um símbolo imortal no Ocidente. Aqui, o pão não é apenas comida, mas também parte da fé, tradição e modo de vida.

Se você já ouviu falar do cristianismo, com certeza já conhece o ritual do pão e vinho na igreja católica. Neste ritual, um tipo de pão sem fermento é visto como símbolo do corpo de Jesus Cristo. E desde a Idade Média, o pão já tinha esse significado sagrado. Você pode imaginar um alimento que está ligado à fé de um continente inteiro, como isso não poderia ser importante? Na Bíblia, o pão também aparece em toda parte. Na Europa antiga, se uma família tinha pão na mesa, isso era um sinal de prosperidade. Até em algumas línguas, a palavra pão é sinônimo de comida em geral.

O pão não só tem um significado religioso, mas também é muito conveniente na vida cotidiana.

Antigamente, na Europa, as pessoas costumavam trabalhar nos campos, caçar ou participar de guerras. Elas precisavam de um tipo de alimento que fosse fácil de transportar, fácil de conservar e que saciasse por muito tempo. O pão atende a todas essas necessidades. Um pão robusto pode ser consumido por vários dias. Pode ser rasgado e comido com queijo, presunto, sopa ou simplesmente comido de forma muito simples, sem acompanhamentos. Enquanto isso, o arroz cozido deve ser consumido imediatamente, pois se deixado por muito tempo, pode estragar e não é muito prático para levar. Portanto, o pão se tornou o companheiro do povo ocidental. Além disso, ele é muito versátil.

Na França, você tem o pão longo e crocante que é comido com manteiga ou queijo. Na Alemanha, há o pão preto denso e pesado. Na Itália, há o pão com alecrim muito aromático. Cada região da Europa tem seu próprio tipo de pão que reflete a cultura e os ingredientes locais. Para entender melhor, compare com a cultura do arroz na Ásia. No Vietnã, o arroz é o centro da refeição. Uma refeição adequada deve ter um prato de arroz branco quente acompanhado de sopa, legumes, carne e peixe. O arroz não é apenas comida, mas também é um símbolo de uma família unida e reunida. Você ouviu a expressão sobre voltar para casa para comer arroz? Isso não é apenas um convite para comer, mas também um chamado para voltar ao lar. Mas no Ocidente, esse papel pertence ao pão. Uma refeição típica na Europa pode ser pão com sopa, acompanhada de um pouco de carne assada.

Você sabia? O pão é tão importante que há um dia dedicado a ele para ser celebrado. O dia 16 de outubro de cada ano é chamado de Dia Mundial do Pão, celebrado para honrar o papel do pão na cultura e na gastronomia global. Em muitos países da Europa, são realizados festivais de pão onde os padeiros competem para criar pães únicos, desde pães em forma de animais até pães gigantes. E na Europa, o pão já teve um papel importante desde os tempos antigos. Desde o Império Romano, o pão era uma parte indispensável. Os romanos construíram fornos públicos para produzir pão em massa para alimentar toda a cidade.

Na cidade de Pompéia, quando os arqueólogos escavaram, encontraram fornos antigos ainda intactos com pães fossilizados datando do ano 79. Esses pães eram redondos e cortados em porções como as pizzas de hoje, mostrando que os romanos já criavam muitos tipos de pão desde aquela época. O pão romano não era apenas alimento, mas também uma ferramenta de controle. Os imperadores distribuíam pão gratuitamente ao povo para manter a boa vontade, uma política chamada "pão e circo".

Na Idade Média, o pão se tornou cada vez mais importante. Mas é interessante que o tipo de pão que você come também indica a sua classe social. Os ricos comiam pão branco porque era feito de farinha de trigo refinada, macia e aromática. Já os pobres comiam pão preto feito de cevada ou centeio, às vezes misturado com cascas duras e pesadas. O pão branco era um símbolo de prestígio, enquanto o pão preto era considerado apenas algo para se comer.

Com a Revolução Industrial, o pão consolidou ainda mais sua posição. Quando as pessoas migraram para as cidades para trabalhar nas fábricas, elas precisavam de alimentos rápidos, baratos e práticos, e o pão atendia perfeitamente a essa necessidade. Este também foi o período em que o pão sandwich foi criado. Graças ao conde Sandwich na Inglaterra, uma pessoa queria um alimento que fosse saboroso e prático para comer, não enquanto trabalhava, mas enquanto jogava cartas. De um jogador, ele inventou o pão sandwich e, a partir daí, o sandwich se tornou um símbolo da culinária ocidental.

Além disso, há alguns fatos e recordes sobre o pão. O pão tem recordes impressionantes. De acordo com o livro dos recordes Guinness, o pão mais longo já feito tinha mais de 2,5 km de comprimento e foi realizado na cidade de Viena Castello, em Portugal, em 2019. Para fazer esse pão, foram usados mais de 4 toneladas de farinha e centenas de padeiros trabalharam continuamente por 8 horas. Após a conclusão, o pão foi cortado e distribuído gratuitamente para a população.

Você já ouviu falar do pão dourado? Em 2018, um restaurante em Nova York estabeleceu o recorde Guinness com o sanduíche mais caro do mundo. Custando mais de 1500 dólares, coberto com folhas de ouro 24k e comido com trufas. E falando sobre o pão mais antigo do mundo, as pessoas ainda pensam que o pão só apareceu quando os humanos aprenderam a cultivar trigo.

Mas na verdade, o pão é ainda mais antigo do que a agricultura que conhecemos. Na região do deserto negro na Jordânia, arqueólogos descobriram um pedaço de pão achatado queimado feito de grãos silvestres assados em pedras quentes, datando de cerca de 14.000 anos atrás. O pão não tinha fermento e se parecia bastante com os pães achatados de hoje. Essa descoberta mostra que os humanos começaram a criar pão muito cedo, até mesmo antes de cultivarem trigo.

Falando sobre fermento, os egípcios foram os primeiros a inventar a técnica de usar fermento natural para fazer o pão crescer. Eles descobriram que se deixassem a massa de farinha misturada com água exposta ao ar por alguns dias, ela fermentaria sozinha. Quando assada, o pão ficaria mais macio e aromático. A partir daí, eles construíram os primeiros fornos de barro, os ancestrais dos fornos modernos, e espalharam essa técnica por todo o Mediterrâneo. O pão deles era usado em rituais religiosos, oferendas e em sepulturas para que os mortos tivessem comida de reserva no além.

Não podemos deixar de mencionar o pão vietnamita, um dos símbolos da culinária que se espalhou pelo mundo.

Com uma crosta crocante, miolo macio e recheios variados que vão de patê, presunto, carne grelhada até picles, vegetais, pimenta e molho. O pão vietnamita foi amplamente elogiado pela mídia internacional, como CNN, BBC, The Guardian. Em particular, o pão vietnamita foi classificado entre os melhores sanduíches do mundo. Com um preço de apenas cerca de 1 a 2 dólares, o pão vietnamita é um exemplo perfeito da combinação entre preço acessível, conveniência e sabor excepcional.

Você pode não acreditar, mas a cada dia no mundo, mais de 9 bilhões de pães são consumidos. Isso significa que, em média, cada pessoa na Terra come mais de um pão por dia. Este é um dos alimentos mais consumidos no planeta, superando carne, leite e até mesmo arroz em muitos lugares. O pão aparece na maioria das refeições na Europa, Oriente Médio, América do Sul, Ásia e África. Cada lugar tem seu estilo, cada lugar tem seu sabor, mas todos compartilham um espírito de "simples, satisfatório e saboroso". Na história, o pão não foi apenas um alimento, mas também um símbolo político.

Na Revolução Francesa de 1789, o aumento vertiginoso do preço do pão e a crescente pobreza se tornaram a gota d'água que levou o povo de Paris a se revoltar. A famosa frase, que pode ter sido inventada pela realeza francesa, reflete isso. "Se eles não têm pão, que comam bolo". Isso se tornou um lema simbólico do luxo cego que levou à queda do regime feudal francês.

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